Estar imerso no mundo dos aromas, ainda que temporariamente, é mudar seu estado de consciência e despertar para um momento mais completo. A fragrância tem o poder instantâneo e invisível de invadir a consciência com “prazer puro”. O aroma nos alcança de maneiras que escapam da visão e da audição, mas estimulam a imaginação com toda a sua sensualidade, revelando mundos ocultos. (Mandy Aftel)
A quinze metros do arco-íris o sol é cheiroso. (Manoel de Barros)
sábado, 20 de novembro de 2010
Banquetes perfumados
Na Roma Antiga os banquetes eram realizados em ondas de perfume. Só poderia ser chamado de banquete se fosse perfumado. E para isso utilizavam-se flores frescas e viçosas, ungüentos perfumados e os incensos.
Flores recém-colhidas eram frequentemente espalhadas pelo chão da sala onde se realizava um banquete.
A mesa, muitas vezes, era preparada esfregando-a com folhas de hortelã. E, os próprios convivas eram adornados com fragrantes grinaldas, feitas com espécies diferentes de flores ou folhas perfumadas, como rosas, violetas, jacintos, flores de maçã, tomilho, alecrim, murta, louro e salsa.
Usadas na cabeça, sobre a testa, serviam para aliviar os excessos de bebida, se usadas sobre o peito, era para estimular o coração.
Entre um prato e outro eram oferecidas águas de flores, para que se lavassem as mãos engorduradas, pois naquele tempo comia-se com os dedos.
Ungüentos perfumados eram trazidos pelos escravos em caixas de alabastro para serem oferecidos aos convidados.
E nos cantos do ambiente eram acesos os incensos.
Petrônio, satirista do século I, descreve um luxuoso banquete, onde o anfitrião tem uma argola que desce do teto contendo caixas de alabastro com ungüentos perfumados para oferecer aos seus convidados.
Nero, durante seus banquetes, mandava soltar pétalas de rosas sobre seus convidados e pombas com as asas perfumadas para espalhar seu aroma através dos salões, e ainda mandou fazer tubulações no teto das salas por onde borrifava águas de flores durante as festas.
Heliogábalo, um dos últimos e pervertido imperador, num e seus banquetes, mandou espalhar tantas pétalas de rosas que estas chegaram a asfixiar os convidados, causando a morte de vários deles.
Era uma orgia de aromas... o uso de perfumes chegou a se converter em abuso e exagero.
Ilustração - As Rosas de Heliogábalo - Alma Tadena - 1888
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Esses romanos eram exagerados em tudo, mas deixaram tantos exemplos para o bem e para o mal que continuam a se perpetuar através dos tempos.
ResponderExcluirMais uma vez, aprendi novidades.Amei!
Bjks Estela,
que vc sempre caminhe por pétalas de flores.
Calu
Estela !!!!!!!!!! Que luxo ! Até eu queria estar num banquete desses !
ResponderExcluirBeijo