A quinze metros do arco-íris o sol é cheiroso. (Manoel de Barros)



terça-feira, 19 de outubro de 2010

O sabor das flores


De muito longe, no tempo, vêm os confeitos de flores, de preferência as de Vênus (Afrodite), consideradas as mais doces, perfumadas e... afrodisíacas.

Segundo a mitologia grega, quando a luz desfez o caos e os deuses passaram a governar o mundo, as divindades concederam à terra suas graças, brotadas sob formas vegetais, recobrindo de jardins e florestas os vales e as montanhas e atapetando todo o fundo dos mares de opulenta flora.
Cada árvore, cada flor, cada erva obteve de um deus ou de uma deusa preferência e proteção. As mais belas flores, de cores vivas, sabor doce e perfume extasiante – as rosas vermelhas, as verbenas, as murtas, as flores de laranjeira – couberam, na partilha, a Afrodite, a deusa do Amor.”

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Lendas à parte, o certo é que os povos antigos criaram delícias gustativas à base de flores.
Com as invasões bárbaras essa arte ficou esquecida, apenas em alguns mosteiros se continuava a fazer licores, doces, pétalas confeitadas, creme e geléias perfumados com flores. E, depois, com a revolução industrial, apenas algumas senhoras, mais requintadas e amorosas, davam-se ao trabalho de preparar os doces de flores.
Assim sendo não desapareceram de todo as conservas de rosas, as balas de violetas e os pãezinhos de alecrim.
Hoje, o retorno pelo gosto natural trouxe de volta várias receitas esquecidas.

As flores devem ser de jardim ou de cultivo orgânico, sem o uso de fertilizantes e devem ser colhidas de manhã bem cedo, com o sol ainda fraco, lavadas e secas rapidamente com muito cuidado. Podem ser guardadas em saco plástico, na geladeira por algumas horas.
Algumas podem ser usadas secas. Para secá-las, os ramos devem ser dependurados de cabeça para baixo em lugar bem ventilado e escuro.
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Livros de consulta: “Segredos de Tias e Flores” ( Henda da Rocha Freire);
“Entre o jardim e a horta” (Gil Felippe)

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sábado, 9 de outubro de 2010

A arte de se perfumar


Não importa como nos vestimos, se de uma maneira despojada ou clássica, sofisticada ou esportiva, cores fortes ou suaves. A maneira como nos mostramos ao mundo revela um pouco da nossa personalidade. Mas, mais do que a roupa, a cor ou o discurso, nos revelamos através do perfume que usamos, que representa uma mensagem instantânea e sutil.
Os odores se fixam na memória com mais intensidade do que as imagens ou os sons, influenciando nossa capacidade de evocar lembranças do passado e revivê-las. Escolher uma fragrância, portanto, não é um ato gratuito. Os cheiros traduzem humores, falam de nossos anseios e procuras. Quando compramos um perfume buscamos algo mais do que um simples odor agradável, compramos uma imagem.

Perfume é assunto estritamente pessoal. Não adianta seguir a dica de uma amiga ou comprar aquela marca que acabou de sair. Uma mesma fragrância reage de maneira diferente em cada pessoa. O jeito é experimentar até chegar à essência desejada. Escolher uma fragrância é quase como optar por um traço da personalidade.

A Arte de se perfumar consiste em encontrar a fragrância que mais combina com a nossa pele, a nossa personalidade, o nosso estado de espírito; enfim, que fale, numa linguagem sutil, quem somos nós.

Um perfume pode dizer muito a respeito de quem o usa. É uma poção mágica capaz de mexer com a imaginação e o sangue, com nossos sonhos mais íntimos...Por isso, deve ser escolhido com muita sensibilidade, com a arte de um mestre.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Tussie Mussies


Houve um tempo em que as mulheres, quando saíam às ruas, costumavam levar pequenos buquês feitos com flores e ervas aromáticas..
Esses buquês, chamados Tussie Mussies, tem sua origem datada de pelo menos 1440 (era medieval) e, eram levados na mão de forma que as flores ficassem bem próximo ao nariz para amenizar os maus cheiros da precária higiene e da falta de saneamento da época.

Rosa, lavanda, tomilho, manjerona, amor-perfeito, verbena odorífera, camomila e madressilva, eram as flores e ervas mais utilizadas para o pequeno arranjo. O que contava era que, as espécies fossem de aroma fresco e agradável. Com o tempo, esses pequenos buquês foram se sofisticando, combinando cores, aromas, laços de fitas e muitas vezes um suporte de formato de um cone.

Eles ficaram bastante popularizados na época vitoriana, época em que as flores eram bastante valorizadas, e dotadas de diversos significados. Era muito comum as pessoas se presentearem com os Tussie Mussies para transmitir mensagens secretas, e muitos livros foram escritos descrevendo significados e gestos a serem utilizados.
Por exemplo: se uma moça recebia de um pretendente um desses buquês, deveria receber com a mão direita para dizer sim e com a mão esquerda para dizer não. Conforme a flor e o aroma, também teriam significados diferentes.

Até hoje se mantém o uso desses delicados arranjos, como os buquês das noivas e também como um delicado presente a alguém que se queira agradar.

É fácil fazer um Tussie Mussie:
Escolhas as flores e ervas, corte os caules no tamanho apropriado e deixe num vaso com água por umas duas ou três horas. Depois disso comece o buquê começando do centro. À medida que for colocando as flores vá girando e amarrando frouxamente com um barbante ou linha. Quando chegar ao tamanho desejado, coloque as ervas perfumadas em torno e arremate com uma fita dando um lindo laço. Pode, ainda se quiser usar um cone delicado ou uma toalhinha redonda de tule, renda ou organdi.


Os Tussie Mussies são de bom gosto, diferentes e encantadores.
Você também pode colocar em diversas partes da casa para proporcionar mais cor e perfume ao ambiente e dando aquele ar antiguinho que tanto nos encanta...


Fonte de consulta - Livro: Feng Shui para o Jardim (Richard Webster).:
Fotos da Internet

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Prova de amor


Na Antigüidade usavam-se fragrâncias não só para fins de atração pessoal, mas também como importante ingrediente para tudo, desde banquetes a desfiles e funerais, passando por eventos esportivos.
Os perfumes também eram usados para mascarar odores desagradáveis no lar, como os que provinham de produtos de despejo. O óleo dos lampiões, que tinha um odor ruim, era perfumado por quem dispunha de recursos para tanto. De modo análogo, perfumar roupas com incensos disfarçaria quaisquer odores desagradáveis inerentes aos tecidos ou às tinturas empregadas em sua fabricação.
O perfume era também muito usado pelos apaixonados, com o objetivo de realizar o ideal do amante bem cheiroso.
Como símbolo fragrante de sua adoração, os apaixonados presenteavam suas amadas com coroas florais, quanto mais perfumadas, maior era a prova de amor.

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