A quinze metros do arco-íris o sol é cheiroso. (Manoel de Barros)



terça-feira, 30 de novembro de 2010

Que cheirinho bom


Não é preciso gastar muito pra se ter os benefícios da Aromaterapia, tem coisas que já faz parte do nosso cotidiano e a gente nem se dá conta:

- Galhos de eucalipto espalhados pela casa purifica e desodoriza o ambiente deixando um cheirinho bom e a gente respira bem melhor.

- Manter sempre algumas frutas do lado de fora da geladeira, arrumadas em uma travessa, cesta ou fruteira, além de perfumar vai dar um visual colorido. Mangas, peras, goiabas, abacaxis, pêssegos, bananas, maçãs e cajus são alguns exemplos de frutas generosamente perfumadas.

- Quem mora em apartamento e não pode ter um jardim, a dica é ter sempre um vaso com plantas naturais em casa.

- Cravos e lírios perfumam e trazem tranquilidade. Uma única flor é capaz de perfumar uma sala inteira.

- Manjericão, hortelã e alecrim deixam a cozinha deliciosamente perfumada além de espantar a preguiça e estimular a fazer uma comidinha gostosa.

- Alecrim e cravina deixam a mente alerta e o coração generoso.

- Fazer doces com canela e cravo da índia, além de ficar gostoso, vai deixar um cheirinho muito bom no ambiente.

- Ou colocar essas especiarias em uma panela com água mantendo em fogo baixo por uma hora ou mais (depende da quantidade de água). Deixar a porta da cozinha aberta para que o aroma se espalhe pela casa toda, estimulando o bom humor e a boa conversa.

No mínimo, alguém vai dizer: "Que cheirinho bom!"

......................................................

sábado, 20 de novembro de 2010

Banquetes perfumados


Na Roma Antiga os banquetes eram realizados em ondas de perfume. Só poderia ser chamado de banquete se fosse perfumado. E para isso utilizavam-se flores frescas e viçosas, ungüentos perfumados e os incensos.
Flores recém-colhidas eram frequentemente espalhadas pelo chão da sala onde se realizava um banquete.
A mesa, muitas vezes, era preparada esfregando-a com folhas de hortelã. E, os próprios convivas eram adornados com fragrantes grinaldas, feitas com espécies diferentes de flores ou folhas perfumadas, como rosas, violetas, jacintos, flores de maçã, tomilho, alecrim, murta, louro e salsa.
Usadas na cabeça, sobre a testa, serviam para aliviar os excessos de bebida, se usadas sobre o peito, era para estimular o coração.
Entre um prato e outro eram oferecidas águas de flores, para que se lavassem as mãos engorduradas, pois naquele tempo comia-se com os dedos.
Ungüentos perfumados eram trazidos pelos escravos em caixas de alabastro para serem oferecidos aos convidados.
E nos cantos do ambiente eram acesos os incensos.

Petrônio, satirista do século I, descreve um luxuoso banquete, onde o anfitrião tem uma argola que desce do teto contendo caixas de alabastro com ungüentos perfumados para oferecer aos seus convidados.

Nero, durante seus banquetes, mandava soltar pétalas de rosas sobre seus convidados e pombas com as asas perfumadas para espalhar seu aroma através dos salões, e ainda mandou fazer tubulações no teto das salas por onde borrifava águas de flores durante as festas.

Heliogábalo, um dos últimos e pervertido imperador, num e seus banquetes, mandou espalhar tantas pétalas de rosas que estas chegaram a asfixiar os convidados, causando a morte de vários deles.

Era uma orgia de aromas... o uso de perfumes chegou a se converter em abuso e exagero.



Ilustração - As Rosas de Heliogábalo - Alma Tadena - 1888
..................................................................

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Relógio das flores


Uma outra invenção exótica do século XIX foi o relógio das flores, um canteiro de flores no jardim feito para incorporar várias plantas que exalariam sua fragrância durante determinadas horas do dia e da noite.
Além disso, as mulheres eram estimuladas a mudar de perfume regularmente para corresponder às horas corretas.
Os odores às vezes são melhor usados a determinadas horas do dia, e cada hora é indicada pelo desabrochar de uma determinada flor.
Um relógio de flores pode ser cultivado no seu jardim, tendo flores que desabrochem sequencialmente dependendo da hora do dia. É um relógio das flores, em vez do sol.

Eugene Rimmel, no "The Book of Perfumes (1865), sugere esse relógio das flores que, segundo ele, vem de um texto sobre botânica ainda mais antigo:
"E os temperos da madressilva são transportados
E o almíscar das rosas soprados"

Como uma nota final de fragrância no jardim, o relógio das flores era cultivado por ser decorativo, bem como cheiroso. Essas áreas especiais do jardim compreendiam apenas plantas com folhagem ou flores de forte cheiro.



Texto e ilustração: O Livro da Aromaterapia (Jeanne Rose).
.................................................................................

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Violetas perfumadas



Violeta – Viola odorata

Considerada como símbolo da terra que desperta fazendo brotar nova vida, a violeta foi mencionada por muitos poetas ao longo do tempo, mas foi Shakespeare quem a citou como flor de importância, referindo-se a ela como “precoce”, uma vez que é uma das primeiras flores a desabrochar na primavera:

A precoce violeta assim repreendi:
Doce ladra, de onde roubaste aroma tão doce,
Se não do hálito de minha amada?



Na mitologia era considerada a flor de Zeus, rei dos deuses. Conta a lenda que Zeus estava apaixonado por uma bela jovem chamada Io e, para protege-la de Hera, sua esposa ciumenta, transformou-a em um bezerro. Depois, para alimenta-la com uma iguaria delicada, Zeus ordenou à terra que produzisse uma linda flor em homenagem à sua amada. A esta flor, ele deu o nome de Íon, a palavra grega para violeta.

Já desde o século VI acreditava-se nas propriedades curativas da violeta. Nos séculos XII e XIII entre os cortesãos, a violeta era objeto das festas da primavera da época.
Era salpicada em coroas para refrescar a fronte e dissipar a dor de cabeça e a embriaguez.
A violeta era tão estimada pelos antigos gregos que se tornou o símbolo de Atenas.
Era cultivada por eles para adoçar alimentos e, por volta do século XV, podia ser encontrada em todos os jardins de mosteiros, para uso tanto na preparação de alimentos quanto medicinal. Ela era utilizada para aliviar melancolia e para curar dores de cabeça e insônia, até mesmo em bebês: colocavam-se as suas flores sobre o travesseiro quando iam dormir.
E, ainda nos dias de hoje as violetas são utilizadas em saladas, doces, geléias e, cristalizadas com açúcar, dando um toque especial e elegante às receitas.
Seu gosto é adocicado e perfumado.

Para cristalizar as violetas:
Escolha violetas muito perfumadas. Prepare uma calda, usando uma xícara de água e ½ Kg de açúcar de confeiteiro. Ponha as violetas a ferver por um minuto nessa calda, tendo o cuidado de colocar na caçarola uma quantidade pequena para não amontoá-las.
Com uma escumadeira, retire as violetas e espalhe-as sobre papel impermeável. Reponha três vezes seguidas, na mesma calda fervente.
Aqueça forno prévia e brandamente. Quando as violetas estiveram passadas na calda, desligue o forno e coloque-as para secar com o forno apagado, virando-as uma vez.

Estão prontas para saborear.

Só servem as da espécie viola odorata que são as verdadeiras violetas.