A quinze metros do arco-íris o sol é cheiroso. (Manoel de Barros)



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Violetas perfumadas



Violeta – Viola odorata

Considerada como símbolo da terra que desperta fazendo brotar nova vida, a violeta foi mencionada por muitos poetas ao longo do tempo, mas foi Shakespeare quem a citou como flor de importância, referindo-se a ela como “precoce”, uma vez que é uma das primeiras flores a desabrochar na primavera:

A precoce violeta assim repreendi:
Doce ladra, de onde roubaste aroma tão doce,
Se não do hálito de minha amada?



Na mitologia era considerada a flor de Zeus, rei dos deuses. Conta a lenda que Zeus estava apaixonado por uma bela jovem chamada Io e, para protege-la de Hera, sua esposa ciumenta, transformou-a em um bezerro. Depois, para alimenta-la com uma iguaria delicada, Zeus ordenou à terra que produzisse uma linda flor em homenagem à sua amada. A esta flor, ele deu o nome de Íon, a palavra grega para violeta.

Já desde o século VI acreditava-se nas propriedades curativas da violeta. Nos séculos XII e XIII entre os cortesãos, a violeta era objeto das festas da primavera da época.
Era salpicada em coroas para refrescar a fronte e dissipar a dor de cabeça e a embriaguez.
A violeta era tão estimada pelos antigos gregos que se tornou o símbolo de Atenas.
Era cultivada por eles para adoçar alimentos e, por volta do século XV, podia ser encontrada em todos os jardins de mosteiros, para uso tanto na preparação de alimentos quanto medicinal. Ela era utilizada para aliviar melancolia e para curar dores de cabeça e insônia, até mesmo em bebês: colocavam-se as suas flores sobre o travesseiro quando iam dormir.
E, ainda nos dias de hoje as violetas são utilizadas em saladas, doces, geléias e, cristalizadas com açúcar, dando um toque especial e elegante às receitas.
Seu gosto é adocicado e perfumado.

Para cristalizar as violetas:
Escolha violetas muito perfumadas. Prepare uma calda, usando uma xícara de água e ½ Kg de açúcar de confeiteiro. Ponha as violetas a ferver por um minuto nessa calda, tendo o cuidado de colocar na caçarola uma quantidade pequena para não amontoá-las.
Com uma escumadeira, retire as violetas e espalhe-as sobre papel impermeável. Reponha três vezes seguidas, na mesma calda fervente.
Aqueça forno prévia e brandamente. Quando as violetas estiveram passadas na calda, desligue o forno e coloque-as para secar com o forno apagado, virando-as uma vez.

Estão prontas para saborear.

Só servem as da espécie viola odorata que são as verdadeiras violetas.

6 comentários:

  1. Que interessante, Estela! Eu não sabia disso... Deve ser bem gostoso...

    Beijo

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  2. Muito interessante! adoro violetas tenho-as sempre no jardim, não sabia dessa hipotese!
    Bjs

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  3. Quanto encantamento há nas delicadas violetas.Desconhecia a lenda e os detalhes de degustação. Acho que ficaria com pena de comer tão delicada iguaria.
    Adorei "saber mais", Estela.
    Lindo post.
    Lindos dias p/ vc.
    Bjs,
    Calu

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  4. Què maravillosa receta, querida Estela!!! Hace pocos días probé por primera vez algunos pétalos de flores caramelizados, no sé cuáles era pero eran de varios tipos, y quedé enamorada de su sabro. Gracias, realmente intentaré lo mismo con mis pétalos de rosas...
    cariños

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  5. Essa mesma receita pode-se fazer com as pétalas das rosas. Em vez de mergulhar na calda, passe a calda nas pétalas com a ajuda de um pincel.
    Bom apetite!

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  6. Minha amiga mui querida estes seus conselhos são tão lindos, que nos fazem um grande bem nem que seja só uma coisa aqui aprendida.
    Sabe que eu já tive grandes paixões destas coisas, comecei por fazer quadros e arranjos florais com flores secas e já fiz colónias, álcool de massagens e até alguns cremes com as plantas, gastei um dinheirão com livros e fiz tudo isto, mas depois acabo sempre por desistir.
    O meu grande objectivo é saber fazer e fazer, depois, há depois perco o interesse e parto para outra.
    Beijinhos de luz e muita paz

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